O que tem o vinho

O que tem o vinho

por Eduardo Bassetti

Neste espaço, o vinho é o sujeito principal. Desde a história, até as técnicas atuais de elaboração, os temas aqui tratados passam pelo plantio das uvas, cuidados com os vinhedos, processos de fermentação e curiosidades do mundo do vinho, sempre com a colaboração de um apaixonado por fazer e beber vinhos.

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As castas e as regiões

Publicado a(s) 12:54h do dia 15/01/2016

Douro, Portugal | Foto: Dado Bassetti

Existem muitas regiões vitícolas no mundo. No Velho e no novo Mundo! E cada região é conhecida pela uva que melhor expressa suas qualidades em função do solo, do clima e das pessoas que manejam os vinhedos e os processos de vinificação.

A Borgonha é conhecida pela qualidade dos vinhos elaborados com as uvas Pinot Noir e Chardonnay. A Champanhe ficou conhecida pela utilização destas mesmas uvas, mas para elaborar vinhos com dupla fermentação, os famosos Champagne. Bordeaux, no leste, utiliza uma mais variada quantidade de uvas e se notabiliza pelos cortes com Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec ente outras uvas tintas e a Sauvignon Blanc e Saint Emillion nas uvas brancas. Tem varietais fantásticos, como os Merlot do Chateau Petrus. Esta região é ainda subdividida em microrregiões onde cada uva tem seu melhor resultado.

Na Itália temos Sangiovese na Toscana de onde saem excelentes Chiantis e Brunellos. Os fantásticos Barolos do Piemonte, elaborados a partir das uvas Nebbiolo. Tem outras uvas regionais, que elaboradas de forma particular produzem vinhos muito típicos, como os Amarones, que ensejam suas próprias Denominações de Origem. Na Espanha, a Tempranillo, a Garnacha entre outras para os tintos e Viura e Malvasia para as brancas.

Em Portugal uma infinidade de uvas podem compor os vinhos regionais. Nomes como Touriga Nacional, Carrega Burros, Baga são tintas e Arinto, Casteloa e Rabo de Ovelha são brancas, exclusivas daquele país e cujos nomes são verdadeiras relíquias.

No Novo Mundo alguns países estão se especializando em castas que têm dado bons resultados: Austrália com Sirah, ou Shiraz; Nova Zelândia com Pinot Noir e Sauvignon Blanc; Chile com a Carmenere; Argentina com Malbec e Uruguai com Tannat.

Aqui no Brasil somente podemos dizer que os espumantes elaborados com as uvas Pinot Noir, Chardonnay e Riesling Itálico já são reconhecidos internacionalmente como excelentes produtos.

Nas regiões de altitude da serra e planalto catarinense, ainda estamos buscando nossas vocações. Temos excelentes resultados com Sauvignon Blanc e Pinot Noir, mas também já colhemos Sangiovese e Chardonnay que resultaram em vinhos expressivos. A Cabernet Sauvignon também apresenta ótimos resultados.

Acredito que ainda temos um longo caminho pela frente até consolidar duas ou três castas como representativas de nossa região. Até que isto aconteça é nossa obrigação experimentar novas variedades, mas também inovar nos processos de vinificação, buscando evidenciar as melhores características que cada casta consegue apresentar no clima frio da altitude catarinense. E isto é que faz do nosso trabalho algo muito prazeroso.

Saúde! E bons vinhos...

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